sexta-feira, 27 de junho de 2014

A Língua Portuguesa celebra 800 anos de existência.


A língua portuguesa não faz 800 anos nesta data mas não se trata da comemoração da data de nascimento da língua portuguesa, pois isso é impossível de se determinar dado que a nossa língua não surgiu do nada, num determinado dia e numa hora específica, mas sim resultou duma vivência continuada que integra uma grande variedade de experiências culturais dos seus falantes.

O dia 27 de Junho de 2014, assinala a passagem dos 8 séculos do conhecimento dos textos mais antigos redigidos em língua portuguesa, destacando-se o Testamento de D. Afonso II. Simbolicamente, as comemorações dos 800 anos de Língua Portuguesa pretendem congregar os mais de 244 milhões de falantes dos quatro continentes, realçando de algum modo a força que a nossa língua tem  para unir uma grande variedade de povos e de riquezas culturais  que se expressam  numa língua comum: Angola; Brasil; Cabo Verde; Guiné-Bissau; Moçambique; Portugal; São Tomé e Príncipe; Timor-Leste; R. A. E. Macau.
TESTAMENTO de D. Afonso II -Torre do Tombo















Durante o dia de hoje junto ao Padrão dos Descobrimentos, em Lisboa,  varias atividades assinalam esta data. Durante a manhã foram lançados 800 balões para assinalar os 800 anos e, durante a tarde são largados mais 244, para simbolizar os 244  milhões de pessoas que falam português. 
Largada de balões em Lisboa  em 27 juho 2014
A Língua Portuguesa é a sexta mais falada do mundo e continua em crescimento em todos os continentes, sendo a língua mais usada no Hemisfério Sul.Na Internet, a importância do português continua a crescer, sendo atualmente o quinto idioma mais utilizado, (82,5 milhões de pessoas).
No Facebook, o português é a terceira língua mais usada, (58,5 milhões de utilizadores), a seguir ao inglês (359 milhões) e ao espanhol (142 milhões). 
Celebração dos 8 séculos da língua portuguesa
Também no Twitter, o português é a terceira língua mais usada, representando 12% do total de tweets enviados, a seguir ao inglês (39%) e ao japonês (14%).
Considerando a evolução demográfica, até 2050, as estimativas indicam que o número de falantes da nossa língua deve aumentar para 335 milhões.

quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

Frei Luis de Sousa, uma peça de teatro de Almeida Garrett



A peça conta-nos que Dona Madalena casou com Manuel e tiveram uma filha chamada Maria, que estava quase sempre na companhia de Telmo, o servo de D. João de Portugal com quem Dona Madalena era casada em primeiras núpcias e que ficou viúva (ou dizia-se que ficara), pois D. João partiu em viagem para uma batalha no Norte de África e nunca mais regressara. A sua filha Maria era uma menina muito curiosa e não brincava nem passeava. Simplesmente ficava fechada em casa com o seu servo (aio) Telmo que lhe contava histórias. Um dia chega o pai de Maria, bastante transtornado, dizendo a Madalena que tinham de sair dali, porque os governadores espanhóis queriam ficar naquela casa em que D. Madalena, Maria e Manuel habitavam. D. Manuel disse a D. Madalena que o único sítio onde poderiam ir era para casa de D. João, ex-esposo de D. Madalena. É aí que D. Manuel queima o seu próprio palácio, fazendo com que ninguém ficasse com aquilo que era dele. D. Madalena, transtornada, não teve grandes escolhas e ambos foram. Maria, que estava bastante doente, contava o que a apavorava e o que a fazia sentir-se tão aterrorizada. Com o tempo, aparece um mensageiro que vem a mando de um senhor que diz conhecer D. Madalena e traz um recado para lhe dar. D. Madalena entra em delírio, ficando como sua filha. É que sob o hábito do Romeiro (disfarçado) aparece D. João de Portugal, surpreendendo tragicamente a família. Em resultado disso, Manuel de Sousa Coutinho resolve tornar-se frade dominicano e incentiva D. Madalena a tomar a mesma atitude, como única forma de remirem o pecado das suas vidas, a que se veio juntar a ofensa moral da morte da inocente Maria, fazendo com que o seu estado de saúde piorasse e o seu fim fosse trágico.
Realizado por Vanessa Azevedo, Escola Secundária José Macedo Fragateiro, em Ovar, fev 2014