A peça conta-nos que Dona Madalena casou com Manuel e tiveram uma filha chamada Maria, que estava quase sempre na companhia de Telmo, o servo de D. João de Portugal com quem Dona Madalena era casada em primeiras núpcias e que ficou viúva (ou dizia-se que ficara), pois D. João partiu em viagem para uma batalha no Norte de África e nunca mais regressara.
A sua filha Maria era uma menina muito curiosa e não brincava nem passeava. Simplesmente ficava fechada em casa com o seu servo (aio) Telmo que lhe contava histórias.
Um dia chega o pai de Maria, bastante transtornado, dizendo a Madalena que tinham de sair dali, porque os governadores espanhóis queriam ficar naquela casa em que D. Madalena, Maria e Manuel habitavam.
D. Manuel disse a D. Madalena que o único sítio onde poderiam ir era para casa de D. João, ex-esposo de D. Madalena.
É aí que D. Manuel queima o seu próprio palácio, fazendo com que ninguém ficasse com aquilo que era dele. D. Madalena, transtornada, não teve grandes escolhas e ambos foram. Maria, que estava bastante doente, contava o que a apavorava e o que a fazia sentir-se tão aterrorizada.
Com o tempo, aparece um mensageiro que vem a mando de um senhor que diz conhecer D. Madalena e traz um recado para lhe dar.
D. Madalena entra em delírio, ficando como sua filha. É que sob o hábito do Romeiro (disfarçado) aparece D. João de Portugal, surpreendendo tragicamente a família. Em resultado disso, Manuel de Sousa Coutinho resolve tornar-se frade dominicano e incentiva D. Madalena a tomar a mesma atitude, como única forma de remirem o pecado das suas vidas, a que se veio juntar a ofensa moral da morte da inocente Maria, fazendo com que o seu estado de saúde piorasse e o seu fim fosse trágico.
Realizado por Vanessa Azevedo, Escola Secundária José Macedo Fragateiro, em Ovar, fev 2014